o Sin gula r

sábado, 22 de novembro de 2008

C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor


Ontem na aula de Produção de Texto (UFS) que não aconteceu, estava com uns amigos falando sobre filmes e piadas infames, foi quando na rede da conversa caiu o tema 'C.R.A.Z.Y.', um filme canadense o qual foi de grande importância para mim no ano de 2006, quando estava passando por uma grande crise num relacionamento. Fiquei pasmo e estarrecido! Enquanto começava a resenhar o filme, o Oséias inrrompeu o meu orgasmo cinéfilo para dizer que já havia o visto (ou ouvido falar, não lembro)... Me senti despido naquela hora, até aquele momento eu tinha o fato de ter assistido a tudo aquilo como único, besteira minha... Nada é único, ou o contrário, tudo é único.

Ficamos sempre no fio da navalha ao repensar sobre a unicidade das coisas e fatos. Tenho mãos cheias de argumentos e ideias que me deixam mergulhado na dúvida e talvez na incapacidade de decifrar, ou mesmo, identificar 'o que é único?'. A questão não é originalidade, talvez esse tema esteja um pouco mais além, mas ainda nos surpreendemos quando num disparate falamos/escrevemos algo que nunca foi dito/escrito e com isso deixamos no ar aquele aspecto de coisa estranha... É essa estranheza que caracteriza a possível unicidade de cada um. Um dia desses alguém me falou algo sobre 'lixo original', em resumo: é possível reunir a mesma quantidade e composição de um grande monte de lixo, lixo comum como aquele que produzimos todos os dias, seja orgânico ou mesmo acadêmico (rsrs). MAS ANDA LÁ! Pelos meios humanos é impossível organizar o mesmo amontoado de conteúdos de maneira igual a que se tenta mimetizar, no máximo, nas tentativas, teríamos vários montes de lixos também originais, contudo, não iguais.

Meu Deus, me prolonguei demais e perdi o fio da miada e devo ter produzido um monte de lixo. Bem, voltando ao filme... 'C.R.A.Z.Y.' de todos os que já assisti, está dentre os que mais admiro. Tem lá suas singularidades que me faz pensar que ajudei a produzir a obra, mais besteiras minhas. Obra prima canadense, todo rodado em francês, "C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor" é realmente fascinante. O filme conta a historia do jovem Zachary (Zac), quarto filho de um casal comum canadense. Escapa da morte poucos minutos depois de nascer. Daí, os sinais que sublimam em volta do jovem Zac (inclusive um sinal de cabelo claro na sua nuca) levam sua família a achar que ele tem o dom de curar as pessoas. Contudo, o enfoque do filme esta na juventude de Zac, sua tentativa de trazer orgulho a sua família, principalmente ao seu pai... A SINA!.

A trama do filme ganha força quando o fico se direciona aos seus conflitos familiares, principalmente com o irmão rebelde mais velho, Raymond, e é claro, o dilema da sua homossexualidade, a qual ele não aceita na tentativa de mais uma vez sustentar a imagem do filho perfeito 'criado à imagem e semelhança do pai'.

É certo que tem todo aquele 'quê' moralista e aspecto de bom cristão, mas com o melhor dos sensos críticos, uma hora ou outra AQUELA IDENTIFICAÇÃO com a mínima coisa que seja, brota a nossa frente e nos vemos cada um no lugar do jovem Zaq. Desde as lagrimas de Zac e seu pai, até as fofocas de família durante as festas de aniversario. Além disso, dentre tantas paixões citadas e marcadas a vermelho na cara, o filme também mostra a meia boca o fascínio de Zac pela musica, a nata do rock, com a trilha sonora talvez mais superfaturada do cinema, com The Rolling Stones, David Bowie (em fase Ziggy Stardust) e Pink Floyd (e não estou falando de lados B dos singles mais obscuros: o filme escancara "Space Oddity", "Sympathy For The Devil" e "Shine On You Crazy Diamond"). Este filme é definitivamente, um épico.

TEASER - http://www.youtube.com/watch?v=vt81cuoa9Is

H.P.


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