o Sin gula r

domingo, 21 de agosto de 2011

Baratas no meu chão, baratas no meu espelho



Algumas ciganas já me disseram que as linhas das mãos mudam da noite pro dia. Não precisei consultar nenhum dermatologista para saber que nossas células epiteliais morrem e são substituídas todos os dias, praticamente trocamos de pele feito serpentes num curto período de tempo. Dúvida mais cruel não existe do que se por à frente de uma lista de sorvetes com nomes estranhos e ter de escolher apenas um, contudo possivelmente mais saborosos do que o Napolitano nosso de cada dia; apesar de todo o ritual, o último a ser visto será sempre o que vai mudar a nossa escolha. Nunca havia gostado de sorvete de saputi, até então nunca o tinha provado - A mudança, seja visível ou não, é o biografema humano.

Seria bem possível que se topássemos com uma cópia de nós mesmos uns três meses desatualizada, não pudéssemos reconhecermo-nos: somos metamorfos.

H.P.'.

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