Staring at the beach, staring at the sand

Eu terminava uma ligação, desenrolava um chiclete do papel quando subiu aqui uma mensagem do facebook. Uma garota me perguntava o porque de eu haver indicado que ela lesse O Estrangeiro de Camus, piff... Era fato de que agora, sabia lá eu tal porque, todavia, como bom literato, piff... Sempre descobre-se o que dizer em momentos como este: qualquer coisa não tão ruim quanto o quanto coisa nenhuma.

Comecei aquele papo chato de existencialismo, falei da indiferença do personagem para com a vida e todo o resto, falei da minha identificação com o mesmo, até que ela disse "eu sabia!" - Me matou no ato, hehe, que coisa... Logo desconversei, falando que a minha identificação não era exata e que nossas idéias nem sempre coincidiam, joguei com minha humildade e disse que até queria ser mais parecido com o narrador, ele parecia tão certo do que queria para si, quase tanto o quanto o quanto eu queria para mim.

Ela perguntou se eu era professor de literatura, sssss... Daí eu disse que era um leitor, disse só isto mesmo. Ela falou da sua aula de geometria, e do professor à sua frente e das coisas tantas, rs, foi-se.

Pensando bem, não há nada em mim de Meursault.

Vai que a indicação do livro foi só calor do momento, o show do The Cure por vir, a música tocando alto, a vodka.

Meursault Hugo Pereira