o Sin gula r

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Leviatã


De súbito fui arrebatado por um desses choros repentinos, daqueles que podia jurar que já estava me acostumando; erro meu, este me veio como uma onda titânica, me dragou com a violência de um Leviatã, me mastigou e me cuspiu disforme no tapete da sala.

Meu corpo treme, sua e arfa a dor de uma vida toda - Meu passado, presente e futuro esgoelam atropelos e impropérios. Não é qualquer choro, é um choro ardido e quente que galopa a soluços descompassados rompendo meus pulmões e estufando as veias da face, da testa, das veias.

Minha existência se precipita em cheiro de morte e rastro de tragédia. Passo, irremediavelmente, nesta vida, como fera abominável irrompendo violentamente casas, corpos e vidas.

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