Foi-se, não sei se foi em paz ou pronde foi... Só sei que indo, à meio caminho rumo ao nada, fez-se inapto a voltar. Nos bolsos, às pressas, enfiou as fotos, palavras e memórias. Levou junto o nosso passado amigo e querido.
A estranheza que ficou, na verdade, a única coisa que sobrou para mim além das coisas corriqueiras e casuais foi o medo abrir mão do que tenho, ou tive, e nada mais tocar.
Vejo-me mudo, irmão... E aquela música hoje soou com palavras trocadas.
“Mother Brother... You had me, but I never had you”
A mesma foice que lhe castrou a vida cortou-me fora também a língua e as mãos. É como se todas as palavras certas tivessem decidido em complô sumirem ao mesmo tempo, de modo que nada, nenhuma virgula fosse escrita no túmulo do meu velho e bom amigo morto.
Havia um trato, por isto que nunca imaginei que seria eu quem escreveria insto antes de você. O tive por curtos seis anos, e nesse tempo nunca conseguiu me magoar, mas hoje, na chuvosa manhã da sua partida é que finalmente pude te conhecer.
“goodbye... goodbye”
H.P.’.
Um comentário:
Sinto muito por sua perda Hugo! Belo texto. Aqui e eu não sei mais onde, seu amigo ficará imortalizado!
Postar um comentário