o Sin gula r

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dos goles

Choveu na madrugada. Faz calor lá fora, só lá fora. Minhas pernas estão dormentes, meus óculos sujos.

Aqui dentro quase faz frio, o ar resseca meu nariz.

Há sempre um período ocioso para cada dia meu, cerca de 117 minutos, minutos nos quais eu não existo enquanto persona principal de mim mesmo, apesar de me fazer vulto quando ando, mistura de pele e panos quando me deito e durmo.

Ensaio manifestos anônimos: perguntas que dispendiam tempo demais para serem respondidas não vão bem com notícias espetaculares - Uma cabeça em mil mundos e mil outro mundos nela mesma.

O primeiro gole. O café esfriou. Ri de mim mesmo e ninguém viu. Desconfio que é de idéias imoderadamente inúteis, comuns e súbitas como este meio copo de café que brotam epifanias gratuitas.

O segundo gole. É a língua que amarga o café e não o contrário. Por fadiga ou vaidade do porvir, engulo a mim mesmo, arroto baixinho e desapareço.


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