o Sin gula r

sábado, 6 de março de 2010

Não foi nada



Nada consta, nada surte, nada vale
Não confere a bebida e o gole
Tudo falta, não há sorte... Não é forte
Nada estanca a ferida - Há morte?

Desce da cruz!


H.P.'.

5 comentários:

Tiago Cesar Nascimento disse...

Porque será que os que lêem o que o poeta escreve nunca entendem as duas dores que ele teve, "mas só as que ele não tem" (Fernando Pessoa)??? O_o

Hugo Lobo disse...

E o pior é que eu nem sei...

Quando escrevemos é como se um rhapsodo (referência grega) nos tomasse as mãos e os olhos, e daí então nenhum pecado é mais seu.

Mas no fundo resta aquela do Todorov, "quanto menos se sabe sobre literatura, melhor se escreve".

Mas e aí, você sabe?! rsr


H.P.'.

Tiago Cesar Nascimento disse...

Ops! Equivoquei-me no comentário anterior: o certo seria "Mas só a que eles não têm", referindo-se aos leitores da poesia.

Minha questão era algo sobre as tantas asas que fazem o vôo poético ser como é...

Tenho quase certeza de que não li "Não foi nada" como você a idealizou. Ainda assim estou certo de que ambos voamos, não necessariamente no mesmo céu e com as mesmas asas... Putz...

Hugo Lobo disse...

Uhmm... Quando lê-se poesia, faz-se poesia.

O autor escreve, e feito isto, o texto está eternamente condenado à multiplas interpretações.

Por isto é que no fundo o melhor autor é o autor morto, não digo nem o 'morto autor' de Machado. Ninguém pode perguntar a um morto o porque de ele ter escrito seja lá o que for.

Carl Jung escreveu muito sobre algo chamado de 'inconsciente coletivo', o poço comum de onde tiramos todo o combustível para as artes (e todo o resto das coisas).

Sabe quando lemos algo e pensamos "putz, eu poderia ter escrito isto!", ou algo como "não... NÃO! De algum modo eu sei o que isto quer dizer..."

Pois é, de algum modo o mundo (e novamente, todo o resto) está interligado (exterligado também), e não há originalidade.

Desde o primeiro escrito, certamente este houve, fadamo-nos à ausência de originalidade.

Acredito em algo, e este algo inda assim não é meu, mas que seja! Digo, que sejamos... Afinal - SOMOS TODO UM -


H.P.'.

Tiago Cesar Nascimento disse...

Pow, agora lembrei do Milton: "Certas canções que ouço/ Cabem tão dentro de mim/ Que perguntar carece/ Como não fui eu que fiz?"

Até a próxima! ;)