o Sin gula r

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Madrugada fria


A madrugada fria: o fio de prumo que não sei ao certo quem puxa, se o sol à Este ou a lua que vagueia errante pelo meio do céu.

Negro e mal trapilho como lona velha passando luz aos pontos e perpontos como o luzeiri ao meio dia. O céu que de dia incandece, torra e alumia; mas é noite ainda e noite ainda vai ser por mais uma meia hora, duas, antes de tudo virar dia.

Dormem, sonham e a coruja pia... O pingo da torneira do banheiro também pia. Ave maria, foi-se a hora do padre nosso, da madre, da tia!

Valei-me minha virgem santa, meu pade cisso, minha cara amarela, minha remela, meu cisco; e a noite assobia, o vento dança com as telhas, vermelhas, não me apague a vela de santa Luzia!

É o estupor, o ventilador no olho, nas ventas e o brio do celular que alumia. Ai meu deus do céu, a epifania da antinomia, o gato que mia, a pífia avaria, a nostalgia, autonomia vazia.

Madrugada fria.

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